.EDIÇÃO SUPLEMENTAR

Rev. Ang. de Ciênc. da Saúde. 2022 Agosto; 3 (Edição Supl.1): 35-40

e-ISSN: 2789 - 2832 / p-ISSN: 2789 - 2824  

Equipa Multidisciplinar de Profissionais de Saúde, Docentes e Investigadores Nacionais

 

Desafios, problemas e dilemas bioéticos em tempos de Covid-19

Challenges, problems and bioethical dilemmas in Covid 19 times

António Hélder Manuel Francisco * 1 , Mário Fresta2 , Jorge Lima3

 

1-    Universidade Agostinho Neto, Centro de Estudos Avançados em Educação e Formação Médica, Luanda, Angola. Orcid: 0000-0002-4656-2485

2- Centro de Estudos Avançados em Educação e Formação Médica, Universidade Agostinho Neto, Luanda, Angola. Orcid: 0000-0003-1000-6361

3- Faculdade de Medicina, Universidade Agostinho Neto, Luanda, Angola.

* -  Autor correspondente. Email: helderhumilde@gmail.com

DOI: https://doi.org/10.54283/RACSaude.v3iedsupl1.2022.p49-54

Recebido: Maio 2022 / Publicado: Agosto 2022                                                                                                                                                                                                                                     


 

RESUMO

A gestão das questões bioéticas deve alicerçar-se em princípios e recomendações  bem estabelecidas. Neste estudo do tipo bibliométrico, fez-se o levantamento do volume de publicações científicas no âmbito da Covid-19 (e cumulativamente em Bioética), publicados na base de dados (BD) Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) durante o período de 1 de Janeiro de 2020 à 31 de Março de 2021, identificando-se diversos tópicos focados, visando disponibilizar aos profissionais e investigadores na área das ciências Médicas e da Saúde, particularmente em Angola, evidências que promovam a eticidade das políticas e práticas no combate a esta pandemia, na atenção às populações e na assistência aos doentes.

No período de estudo estabelecido a BD devolvia 118 483 publicações (260/dia) para a expressão “Covid”, e 158 (0,35/d) para “Bioética e Covid”. Destas, foram incluídas no estudo 57 artigos  que possuiam como assunto principal o objectivo da nossa pesquisa. Os principais tópicos pesquisados foram ética da pesquisa 11(19,3%), a justiça/injustiça 10(17,5%) e a alocação de recursos escassos  6(10,5%). As três questões adicionadas as 25 já existentes sobre Bioética e Covid foram: é ético não informar ou desinformar (infodemia)?, é ético o “nacionalismo vacinal”?, é ético penalizar alguém pela não-vacinação ou escolha da vacinação anti Covid-19?). Assim sendo, concluimos que a prevenção, combate e assistência à Covid-19 possui uma profunda dimensão Bioética, unida mas distinta de aspectos legais, organizativos e de gestão. É recomendável promover investigação bioética em Covid-19 e a sua translacção nas políticas e práticas. Deve aprofundar-se o estudo da “Ethosprudência” e elaborar antecipadamente “protocolos de ética médica” para apoiar o processo de decisão.

Palavras-chave: Covid-19; Angola; Bioética

 

  ABSTRACT

The management of bioethical issues should be based on well-established principles and recommendations. In this bibliometric study, we surveyed the volume of scientific publications on Covid-19 (and cumulatively on Bioethics), published in the database (DB) Virtual Health Library (VHL) from January 1st 2020 to March 31st 2021, identifying several focused topics, in order to provide professionals and researchers in the field of medical and health sciences, particularly in Angola, with evidence that promotes the ethics of policies and practices in combating this pandemic, in caring for the population and, patients. In the established study period, the DB returned 118 483 publications (260/day) for the expression "Covid", and 158 (0.35/day) for "Bioethics and Covid". Of these, 57 articles that had our research objective as their main subject were included in the study. The main topics searched were research ethics 11(19,3%), justice/injustice 10(17,5%) and allocation of scarce resources 6(10,5%). The three questions added to the 25 already existing on Bioethics and Covid were: is it ethical to not inform or misinform (infodemy)?, is "vaccine nationalism" ethical?, is it ethical to penalize someone for non-vaccination or choice of anti Covid-19 vaccination?). Therefore, we conclude that preventing, combating and assisting Covid-19 has a profound bioethical dimension, united but distinct from legal, organisational and managerial aspects. It is recommended to promote bioethical research on Covid-19 and its translation into policies and practices. The study of 'Ethosprudence' should be deepened and 'medical ethics protocols' developed in advance to support the decision-making process.

Keywords: Covid-19; Angola; Bioethics

 

INTRODUÇÃO

          O combate à corrente pandemia de Covid-19, a assistência às populações e o tratamento dos doentes suscitam uma série de questões de natureza científica e tecnológica, assim como política e socioeconómica amplamente reconhecidas, mas também levantam  desafios, problemas e dilemas morais e éticos cuja importância torna-se cada vez mais evidente. Muitas não são questões propriamente novas1 (mas antes destapadas, agravadas ou matizadas pela Covid-19), são sobretudo questões que têm de ser devidamente tratadas a nível mundial, nacional, institucional e pessoal. A gestão das questões bioéticas deve alicerçar-se em princípios e recomendações bioéticas bem estabelecidas, começando pela Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos2 complementada pela declaração da UNESCO especifica para a Covid-193 e pode ou deve ser suportado por normas ou recomendações às instituições e profissionais4,5, inclusive sobre o desenvolvimento de pesquisa6, desejavelmente alinhadas com o Biodireito e a lei.

            No caso de Angola, foi precocemente criada uma  Comissão Multissectorial7 que elaborou o Plano Nacional de Contingência (PNC)8  para o controlo da epidemia por Coronavírus e, nesse quadro, o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) elaborou o Plano Sectorial de Contingência para o controlo da pandemia de Covid-19 e criou um Grupo Técnico-Científico (GTC)10 com a missão de prestar apoio aos órgãos responsáveis pela implementação do PNC, produzindo informações relevantes, com base na evidência científica disponível e actualizada, que sirvam de recomendação e de base para a tomada de decisões pelos profissionais de saúde, bem como para apoio às equipas de investigação científica, organizadas em diversas subcomissões, incluindo a de bioética.

A subcomissão de Bioética do GTC, para além de análises, pareceres e relatórios, elaborou o capítulo “Covid-19 em Angola: que desafios bioéticos?  Como “fazer o bem?” de um livro digital publicado no website nacional de ciência11, que serviu de base à maioria das questões bioéticas que cá se apresentam. Foi também produzido o capítulo “Covid-19 em Angola: do início à circulação comunitária ”dados e desafios)12” incluído em uma  publicação internacional.

Assim, a presente pesquisa apresenta o panorama da investigação em Covid-19 e Bioética, e compartilha um conjunto de questões (atendendo à sua frequência, à gravidade ou à percepção das pessoas), com o propósito de gerar uma ampla consciência e debate que possa enriquecer as políticas e práticas nesta matéria em Angola. 

 

METODOLOGIA

        Trata-se de um estudo do tipo biliométrico. A Bibliometria consiste em uma técnica quantitativa e estatística usada com o fim de mensurar os índices de produção e disseminação do conhecimento científico, para auxiliar no percepção de novas temáticas, bem como identificar tendências para pesquisas futuras13.

        O levantamento bibliográfico foi feito na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) aos 05 de Abril de 2021, usando como expressões de busca as palavras “Covid”, “Covid AND Bioethics em cada trimestre de 2020 até ao primeiro de 2021.

         Com vista a triagem dos dados, do total de fontes recuperadas procedeu-se à identificação do respectivo tópico principal a partir do título e palavras-chave, complementada com leitura do resumo quando necessário selecionando aqueles com enfoque no binómio Bioética e Covid.   

         Para além do tratamento bibliométrico acima descrito, os autores retomaram vinte e duas questões relevantes de bioética em Covid da sua anterior publicação “Covid-19 em Angola: Que desafios bioéticos?  Como “fazer o bem?”11 “identificadas a partir de notícias e debates na comunicação e nas redes sociais, nomeadamente no espaço angolano, conjugadas com revisão bibliográfica e documental) a que foram acrescentadas três novas questões identificadas mais recentemente com a mesma metodologia”.

 

Resultados

      Usando as expressão de busca “Covid”, “Covid AND Bioethics” no ano de 2020 o sistema retornou 95 946 (média 262/dia) publicações, e 139 (média 0,38/d) publicações respectivamente, enquanto agregando o primeiro trimestre de 2021 houve 118 483 (média 260/d) e 158 (média 260/d) publicações, com maiores valores no 3º trimestre de 2020 (Fig.1).

 

    

Figura 1- Resultados da busca na BD BVS usando as expressões de busca “Covid” e “Covid AND Bioethics” por trimestre  (4 trimestres de 2020 a 1º trimestre de 2021)

 

Conforme ilustrado na Tabela 1, quando analisamos as 57 publicações incluídas no estudo, tendo como assunto principal a expressão “Bioethics”, constatou-se que os tópicos mais investigados foram a própria “Ética em pesquisa” (no âmbito da Covid-19) com 11 publicações, a “Justiça/injustiça” (principalmente na óptica da equidade e da vulnerabilidade) com 10 e a “Alocação de recursos escassos” com 6, seguidos de outros três tópicos com 3 publicações cada uma (normas jurídicas, triagem de doentes e um tópico genérico com foco mal definido ou multifocal), mais quatro tópicos com 2 publicações cada uma (educação em saúde, cuidados paliativos, tomada de decisão e vacinas) e finalmente um conjunto de treze tópicos com uma única publicação cada uma (acta de evento científico, cloroquina, distanciamento físico e medidas restritivas, gestação, indeterminado, informática, objecção de consciência, odontopediatria, pessoas com deficiência, política de saúde, prisões, transplante de órgãos, reabertura das organizações de saúde).

 

 

Tabela 1 – Resultados da busca na BD BVS usando as expressões de busca "Covid AND Bioethics" com assunto principal “bioética” (01 de Janeiro de 2020 a 31 de Março de 2021).

Tópicos

Números de artigos encontrados por termos ou expressão caso aplicável

Total

%

Ética em pesquisa

1

11

19,3

Justiça/Injustiça

1

10

17,5

Alocação de recursos

1

6

10,5

Normas jurídicas; triagem; genérico/multifocal

3

9

15,8

Educação para saúde; Cuidados paliaivos, Tomada de decisão; Vacinas

4

8

14,0

Acta de evento científico; Cloroquina; Distanciamento físico e medidas restritivas, Gestação, Indeterminado; Informática; Objecção de consciência; Odontopediatria; Pessoa com deficiência; Política de saúde; Prisões; Transplante de órgãos; Reabertura das organizações de saúde

 

 

13

 

 

13

 

 

22,8

Total

 

57

100

 

Em apêndice apresentam-se as 25 questões sobre Covid e Bioética, incluindo três novas: é ético não informar ou desinformar (infodemia)?, é ético o “nacionalismo vacinal”?, é ético penalizar alguém pela não-vacinação ou escolha da vacinação anti Covid-19?.

 

DISCUSSÃO

A investigação científica em torno da Covid-19 tem sido intensa, uma média de 260 publicações por dia (superior a que é feita em gripe ou malária), entretanto apenas a cada 2,5 dias surge uma publicação simultaneamente dedicada à Bioética. Estes números evidenciam escassez de investigação no campo da Bioética relacionada com a Covid-19. O 3º trimestre de 2020 teve  o maior número de publicações tanto usando a expressão de busca “Covid” bem como “Covid AND Bioethics”, que parece declinar paulatinamente, por razões não esclarecidas.

Apenas três tópicos em vinte e três (ética em pesquisa, justiça/injustiça e gestão de recursos escassos – sempre no contexto da corrente pandemia) representam quase metade das publicações em “Covid” com assunto principal “bioética” (27 ou 47% em 57), possivelmente por serem aqueles com maior conflitualidade efectiva ou potencial. Por outro lado, acreditamos que esse panorama possa evoluir, aumentando as investigações sobre vacinas anti-Covid e suas implicações éticas (dadas as polémicas sobre a sua qualidade, eficácia e segurança, assim como questões de escassez, justiça, cooperação e solidariedade, muito evidentes na região africana).    

Quanto às vinte e cinco questões sobre a Covid-19 apresentadas em apêndice elas reflectem não apenas a literatura, mas sobretudo os debates públicos que em Angola (e no mundo) vêem acontecendo, o que parece particularmente importante porque as inquietações dos cidadãos são uma importante variável no sucesso do combate à pandemia. Chamou a atenção o volume, multiplicidade e diversidade dessas questões que evidenciam o peso e relevância da dimensão Bioética na problemática Covid-19 e aconselha um cuidado redobrado por parte das agências internacionais, governos e instituições, incluindo as autoridades sanitárias.

O capítulo publicado no portal angolano Ciência11 ilustra como essas questões podem ser discutidas à luz das recomendações internacionais, da literatura, e como essas questões foram tratadas em situações sanitárias afins ou pandemias anteriores. Algumas das questões podem parecer simplistas, ingénuas ou de resposta automática, mas têm sido formuladas dessa forma pelos cidadãos, incluindo profissionais de saúde, e a prática demonstra que estão frequentemente longe da unanimidade.

As narrativas, debates, princípios e recomendações bioéticas relacionados com essas questões devem sustentar guias ou normas coerentes que apoiem as decisões dos serviços de saúde e seus profissionais.

 

CONCLUSÃO

A prevenção, combate e assistência à Covid-19 têm uma profunda dimensão Bioética, ligada mas distinta de aspectos legais, organizativos e de gestão.

É recomendável promover investigação bioética em Covid-19 e a sua translacção nas políticas e práticas.

Deve aprofundar-se o estudo da “Ethosprudência” e elaborar antecipadamente “protocolos de ética médica” para apoiar o processo de decisão.

Em cada caso específico, a decisão bioética, apoiada em princípios e normas, depende sempre do contexto, das especificidades e da consciência.

 

REFERÊNCIAS

1.     World Health Organization. Guidance for managing ethical issues in infectious disease outbreaks [Internet]. World Health Organization. 2016 [cited March 2020]. Available from: https://apps.who.int/iris/handle/10665/250580

2.     UNESCO. Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos[Internet]. 2006 [cited 2020]. Available from: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000146180_por

3.     Comité Internacional de Bioética (CIB) de la UNESCO & Comisión Mundial de Ética del Conocimiento Científico y la Tecnología (COMEST) de la UNESCO. Declaración sobre el Covid-19: consideraciones éticas desde una perspectiva global [Internet]. 2020 [cited 2020]. Available from:  https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000373115_spa

4.     British Medical Association (BMA). Covid-19– ethical issues [Internet]. A guidance note. 2020 [cited 2020]. Avaialable from: https://www.bma.org.uk/media/2226/bma-covid-19-ethics-guidance.pdf

5.     The Hastings Center. Ethical Framework for Health Care Institutions Responding to Novel Coronavirus SARS-CoV-2 (Covid-19). Guidelines for Institutional Ethics Services Responding to Covid-19 [Internet]. Managing Uncertainty, Safeguarding Communities, Guiding Practice. 2020 [cited October 2020] https://www.thehastingscenter.org/wp-content/uploads/HastingsCenterCovidFramework2020.pdf

6.     World Health Organization. Distilling existing guidance to support Covid-19 R&D. Ethical standards for research during public health emergencies [Internet]. 2020 [cited 2020]. Avaialable from: https://www.who.int/publications/i/item/WHO-RFH-20.1

7.     Despacho Presidencial Interno N.º04-A/2020 de 13 de Março (cria a Comissão Multissectorial para Prevenção e Combate da Covid-19).

8.     Comissão Interministerial para as Emergências (República de Angola). Plano Nacional de Contingência Para o Controlo da Epidemia por Coronavírus (2019nCoV). Luanda, Fevereiro de 2020.

9.     Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação da República de Angola (MESCTI). Plano sectorial de contingência do MESCTI para o controlo da pandemia Covid-19. Luanda, 15 de Abril 2020.

10. Despacho nº. 03/20 de 26 de Março da Ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação MESCTI), cria o Grupo de Trabalho Técnico-Científico (Coordenadora: Prof. Doutora Maria Fernanda Afonso Dias Monteiro, Coordenador-Adjunto: Prof. Doutor Albano Vicente Lopes Ferreira).

11. Francisco AH, Fresta M. “Covid-19 em Angola: Que desafios bioéticos?  Como “fazer o bem?” [Internet]. Portal ciência.ao. 2020 [cited 2020]. Avaialable from: https://ciencia.ao/covid-19/item/1032-covid-19-em-angola-que-desafios-bioeticos-como-fazer-o-bem

12. Fresta M, Freitas H, Lourenço H. Covid-19 em Angola: Do início à circulação comunitária (Dados e Desafios). Em: Barros F, Hartz Z, Fortes F, Ferrinho P (editores). O enfrentamento da Covid-19 nos países da CPLP. Brasília, 2020. ISBN 978-65-88631-06-5.

13. Quevedo Silva F, Moll Brandão M, Biagi Almeida Santos E, Vils L. Estudo Bibliométrico: Orientações sobre aplicação. Revista Brasleira de Marketing. 2016; 15(2): 246-262.

 

APÊNDICE

Questões bioéticas sobre a Covid-19 (negritou-se as palavras ou expressões chave)

1.         Como distribuir de maneira ética recursos escassos, como leitos e ventiladores de Unidades de Terapia Intensiva (determinando quem vive e quem morre)?

2.         É ético ponderar a sobrevivência a curto e a longo prazo do doente na gestão terapêutica de um bem insuficiente?

3.         É ético priorizar-se a assistência aos profissionais de saúde, com o fundamento ético de que são cruciais para combater a pandemia?

4.         É ético discriminar ou excluir os doentes com pior prognóstico (idosos, co-morbilidades, etc.)?

5.         É ético assistir os doentes e utentes dos serviços de saúde com base na sua situação social, económica, escolaridade, religião, sexo, idade ou outra?

6.         É ético respeitar-se a vontade do doente quanto ao tratamento ou suspensão do mesmo?

7.         É ético profissionais de saúde e todos os trabalhadores envolvidos na assistência aos doentes trabalharem sem acesso adequado aos EPI e formação em biosegurança?

8.         Como ser ético na triagem, admissão hospitalar e encaminhamento do doente com Covid-19?

9.         É ético uma pessoa recusar ou resistir à restrição da circulação (confinamento, quarentena, isolamento)?

10.      É ético uma pessoa recusar ou resistir à colheita de produtos biológicos para realização dos testes à Covid-19 para detecção dos antigénios virais?

11.      É ético uma pessoa recusar ou resistir à colheita de produtos biológicos para realização dos testes à Covid-19 para detecção dos anticorpos?

12.      É ético a administração obrigatória (ou exclusão) da vacina anti-Covid-19 (quando existir) a alguma pessoa, para grupos de risco ou toda a população?

13.      É ético um infectado negar informações (ou prestar informações falsas ou incompletas) sobre os seus contactos (para sua protecção e comunitária)?

14.      É ético divulgar os dados pessoais sobre o estado infeccioso e os contactos de alguém?

15.      É ético contactar fisicamente, participar em aglomerações e não usar máscara (contra o que está recomendado)?

16.      Como tomar decisões éticas em matéria de Covid-19 sobre pessoas incapazes de decidir (menores, doentes psiquiátricos, doentes em coma, etc.)?

17.      É ético um profissional de saúde praticar uma norma ou protocolo diferente ou contrário ao vigente no país ou na instituição onde trabalha?

18.      Quem decide a eticidade de qualquer investigação científica em matéria de Covid-19?

19.      Que aspectos deve observar uma investigação científica em Covid-19 para ser considerada ética?

20.      Que aspectos éticos devem ser observados na publicação de uma investigação científica sobre a Covid-19?

21.      É ético os serviços não fornecerem às pessoas os resultados dos seus exames, nomeadamente da testagem da Covid-19?

22.      É ético alguém decidir (escolha pessoal) que deve realizar teste à Covid-19?

23.      É ético não informar ou desinformar (infodemia)?

24.      É ético o “nacionalismo vacinal”?

25.      É ético penalizar alguém pela não-vacinação ou escolha da vacinação anti Covid-19?

 

RACSaúde– Revista Angolana de Ciências da Saúde. www.racsaude.com